Rica Lisboa esta que se dá ao luxo de ter duas das mais interessantes bandas nacionais a tocar na mesma noite. No CCB os Capitão Fausto. No Musicbox, os You Can’t Win Charlie Brown, que esta quinta-feira começaram a sua residência de três noites.
A temporada YCWCB vai percorrer toda as fases da carreira. Na primeira noite o passado, na segunda o presente, na terceira tudo ao molho.
A primeira noite era talvez a mais complicada das três – por um lado, é o primeiro contacto do público com uma iniciativa pouco habitual, ter a mesma banda a dar três concertos seguidos; por outro, obrigou os rapazes a ir ao baú e tirar a poeira de canções em que já não pegavam há vários anos – mas os YCWCB superaram a prova com distinção.
Revisitaram Chromatic, de 2011, de uma ponta a outra, por ordem, e só deixaram de fora uma canção (“Euphemisms”). E foi um regalo ouvir aquelas canções de novo. Algumas delas vêm acompanhando os YCWCB nos concertos (“Over The Sun/Under The Water” ou “I’ve Been Lost”), mas outras foram tocadas muito poucas vezes. Quando estavam para começar “In The End We Start Again” admitiram que quando a estavam a ensaiar se lembraram das dificuldades que os faziam não a tocar ao vivo. Mas ninguém deu pela falta de rodagem. Nessa e em todas as outras canções. Como brilhantes executantes que são, puseram tudo a soar como se pegassem nelas todos os dias. E lembraram-nos quão bom é o disco com que se estrearam, há 3 anos.
Mas o Chromatic tem cerca de 45 minutos e isso não chega para um concerto que se preze. Eles ainda tentaram sair do palco – difícil, entre tantos instrumentos em tão pouco espaço – mas a pausa para o encore foi microscópica, felizmente.
E aí anunciaram que iam fazer “cenas dos próximos episódios” e deixaram-nos saber com que música vão abrir a segunda noite (não contamos, mas não é difícil de adivinhar). A essa, seguiram-se mais duas canções do novo disco Diffraction/Reffraction, que será tocado na íntegra na segunda de três noites de residência. E estas três canções, tocadas logo depois de todo o Chromatic vieram mostrar que a evolução dos YCWCB foi tremenda de um disco para o outro. O álbum de estreia já era fantástico, mas o segundo atinge um outro patamar, que já me obrigou a esgotar todos os adjectivos. Ao vivo, provam que tudo o que fizeram no estúdio não foi falsificado.
[wzslider lightbox=”true”]
Esta 6ª feira, 21 de Março, a segunda dose é com Diffraction/Reffraction. No sábado, misturam os dois discos e acrescentam ainda as versões e o primeiro EP. Ambos os concertos começam à meia noite e os bilhetes custam só 8 euros. A não perder.