Na ressaca do dia de São Valentim, várias pessoas rumaram à Sala Montepio no Teatro São Jorge para assistir à apresentação de Perto Como, o segundo álbum dos Guta Naki. É o segundo disco editado em conjunto com a editora independente Meifumado Fonogramas, Gravado entre Dezembro de 2012 e Abril de 2013 e é apresentado pela Cátia na voz, Dinis no baixo e Nuno na guitarra. De forma algo resumida, esclarecem o objectivo e ideia por detrás do álbum: “Perto Como – fazer do distante, o perto. Fazer do perto, o alimento. Como? no exercício de aproximação, comendo.”
Imagens de locais exóticos eram discretamente projetadas para o fundo do palco enquanto a banda cumprimentava a plateia. Tudo parece estar a postos e seguem-se os primeiros acordes para “Onde ela Mora”, onde Gabriel Ferrandini também recheava a música com ritmos de Bossa Nova atrás da bateria. O público encontrava-se rendido à voz da Cátia, que cantava sempre de forma tão natural e fluída, contagiando assim, quem se encontrava na sala com a sua inegável boa disposição. “A ver se me lembro…”ironizou a vocalista, agora de guitarra à mão, pronta para apresentar “Ainda não Sei”, o primeiro single do novo álbum.
Criou-se um ambiente agradável, agora é aproveitar a viagem. Os Guta Naki mostram como é que se faz música com groove com os temas “TuNunca”, “Acreditava no Nada” e “Terra de Ninguém”. Depois surgiu a já conhecida “Margarida” do disco homónimo perante um público contido, que contemplava a química do grupo. Depois chegou “Ana”. Apresentou-se numa versão mais crua, somente com a voz cativante da Cátia (que dançava na sombra) e Gabriel, que protagonizava um solo de bateria a acompanhar. No entanto, Nuno e Dinis, sem dó nem piedade, davam palmadas rítmicas nos símbolos crash da bateria. Depois chegou a vez de “Zeferino”, uma música igualmente bonita mas um pouco mais arrepiante e demente. Segue-se uma ovação sentida à medida com que o grupo reaparece em palco para mais três músicas. Foi-se buscar mais duas faixas ao primeiro registo, “Blues”, que é de certa forma fiel ao nome, com umas teclas dedilhadas com delicadeza e claro, “Novo Mundo” com um feel meio “westerniano”.E foi com a poderosa “Homem que Dança” que encerraram a actuação. O público levantou-se pela segunda vez dos seus lugares para as merecidas palmas. Sentiu-se o amor recíproco.
Os Guta Naki regressam aos palcos dia 7 de Março em Leiria, no Teatro Miguel Franco e dia 8 em Coimbra, no Salão Brazil.
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(Fotos: Daniel Martins)
Alinhamento:
(sample «Ikari» do filme A Guerra do Fogo)
Onde ela mora
Meu amor é índio
Ainda não sei
Tununca
Acreditava no nada
Terra de ninguém
Margarida
Ana
Zeferino
***
Blues
Novo Mundo
Homem que dança