Estávamos em 1997 e os Verve começavam a ganhar uma notoriedade que até então só tinham nos meios obscuros da música britânica. Com dois discos lançados em 1993 e 1995, a banda de Wigna não conseguir sair da sombra dos Oasis, Blur, Suede ou Pulp, pese embora o carisma do seu vocalista, Richard Ashcroft, tido como um eterno génio incompreendido.
No ano que lançam Urban Hymns, a maré parecia ter mudado para os lados dos Verve. «Bitter Sweet Symphony» arrasava nos tops. O teledisco, ainda hoje mítico e inesquecível (Richard Ashcroft andando em frente sem olhar para ninguém nem cedendo passagem, indo aos encontrões a toda a gente como se não fizesse parte daquele filme) fez uma geração inteira em 1997 imitar os seus passos em ruas de todo o mundo.
Quando tudo parecia estar a correr sobre rodas, uma bomba cai sobre Ashcroft e companhia. Allen Klein, director da ABCKO, empresa que detinha os direitos musicais de algumas bandas, especialmente os Rolling Stones, incluindo o seu produtor Andrew Loog Oldham fez mais uma das suas. Após ter dado cabo das finanças dos Beatles na altura do Let It Be e consequente fim da banda, ainda pilhou os bolsos de George Harrison acusando-o de plágio em «My Sweet Lord» com a «He’s So Fine» das Chiffons.
Ao que parece a banda de Wigan tinha pedido autorização a Andrew Loog Oldham para usar um sample dum arranjo instrumental seu de «The Last Time», música original dos Rolling Stones, a que este acedeu. Quando Klein viu o sucesso de «Bitter Sweet Symphony ameaçou Ashcroft com a retirada de Urban Hymns das lojas enquanto «Bitter Sweet Symphony não fosse creditada 100% a Jagger/Richards.
Magoado com esta decisão, Ashcroft veio a público dizer que «Bitter Sweet Symphony era a melhor música que os Rolling Stones tinham lançado em vinte anos.